27.6.09

Projecto "Avenida"

Hoje, dia 27 Junho, pelas 21:30, poderemos assistir no Mercado Negro à primeira apresentação do projecto "Avenida".
Este projecto insere-se no conjunto de actividades que o movimento cívico
Amigos d'Avenida tem vindo a apoiar e a dinamizar e consta de um documentário sobre a Avenida Lourenço Peixinho (e respectiva banda sonora) realizado pelo músico e compositor Joaquim Pavão e produzido por Tânia Oliveira da Senso Comum.

Este projecto resulta de um trabalho de pesquisa e recolha de dados e materiais que a equipa de investigação, produção e realização tem estado a desenvolver sobre o espólio fotográfico e documental da Avenida e procura reflectir sobre três momentos distintos do seu desenvolvimento: o passado, o presente e o seu futuro.

O projecto não está ainda concluído, pelo que se pretende com esta primeira sessão fazer uma breve apresentação do projecto e recolher eventuais testemunhos (orais ou documentais) ou sugestões sobre o documentário "Avenida".

O programa da sessão será o seguinte:

Os amigos da Avenida - Gil Moreira (e outros amigos)
O projecto Avenida - Tânia Oliveira /Senso Comum
A História da Avenida - Rosa Oliveira
Concerto - Joaquim Pavão (realizador e compositor)

Avenida
I - Passado
II - Presente
III - Futuro
Sobre Paredes - II andamento ""Verdes Anos"
Medeia - III Andamento - Jasão
Ignorâncias I
(re)Volta e Meia
A Sesta


Convidam-se todos os aveirenses a participar na apresentação e discussão do projecto 'Avenida'.

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A “fantástica história” da avenida passa a documentário - Diário de Aveiro, 27-06-09

Joaquim Pavão realiza documentário sobre a principal artéria de Aveiro. Obra pode entrar no circuito comercial e dar origem a um DVD

“Era preciso mostrar a fantástica história de uma avenida que não é nada de mais quando comparada com tantas outras, mas é o produto da vontade férrea de um homem (dr. Lourenço Peixinho), de uma sociedade, da cidade onde escolhi habitar”. Desta forma, explica Joaquim Pavão, o realizador, nasceu “Avenida”, um documentário sobre a principal rua de Aveiro, que é hoje apresentado pela primeira vez (Mercado Negro, 21.30 horas).
O projecto insere-se no conjunto de actividades que o movimento cívico Amigos d'Avenida tem vindo a organizar em prol da dinamização daquela artéria.
O filme foi inicialmente cogitado como uma pequena peça. “Passada uma semana após a primeira reunião pública dos Amigos d'Avenida, retirei da gaveta quatro folhas de rascunho de uma futura obra para guitarra sobre Aveiro e surgiu o primeiro esboço de uma curta-metragem”, clarifica Joaquim Pavão.
Mas o projecto rapidamente evoluiu para um documentário (já vai em 60 minutos e ainda está inacabado), após uma pesquisa sobre a “história” da avenida e as “estórias” da sua gente. “Avenida” procura “recriar fielmente” o passado desta artéria com o auxílio de actores e do Grupo Cénico e Etnográfico das Barrocas, esclarece o cineasta.
“O que achei curioso é que ao olhar para a Aveiro em 1918 encontro uma grave crise económica, um período entre guerras, uma República pueril e turbulenta, emigração em busca de uma vida melhor e um poder local sem margens financeiras para agir”, diz. Lourenço Peixinho, porém, “ousou e apenas trabalhou em soluções sem parar nos problemas”. Por isso “tornou-se imprescindível prestar-lhe homenagem”.
As dificuldades em financiar a obra não têm travado o seu avanço. “Não posso deixar de fazer um paralelismo entre este projecto e a história da vontade do próprio Dr. Lourenço Peixinho, que apesar das diversas contrariedades económicas e sociais persistiu”, realça Joaquim Pavão. “Acredito nas estórias que descobri, do poder de um colectivo. Gostaria que este documentário fosse de todos, uma partilha do mesmo espaço de reflexão e empenho, uma acção conjunta”, acrescenta.
O documentário é “ambicioso a nível técnico e artístico” e comporta custos elevados. “Até ao momento não foi a falta de apoio financeiro que o deteve. No entanto, não posso deixar de reconhecer a importância que o financiamento tem para a continuidade de projectos como este”, refere, salientando que “Avenida” já foi submetido a “diversas linhas de apoio”.
Para já, e depois da apresentação, hoje, de alguns trechos do filme e da sua banda sonora (composta propositadamente, também por Joaquim Pavão), será criado um sítio na Internet com informação sobre o projecto, vídeos inéditos e fóruns de discussão.
Mais para o fim do ano está prevista a participação do documentário em festivais nacionais e internacionais e a sua entrada no circuito comercial em salas portuguesas. Para mais tarde está previsto o lançamento de um DVD.

Rui Cunha

Batalha das Flores em Aveiro



No dia 18 de Junho a Ria encheu-se de flores. Na origem: uma batalha de flores entre ceboleiros e cagaréus. Prometo descrever com mais pormenor esse evento. Por hoje, fica apenas a moral da história: a Ria não separa, une. as gentes!

MANIFESTO POR UMA POLÍTICA DE ANIMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO


Os “Amigos d’Avenida”, um grupo de cidadãos abaixo assinados, porque se preocupam com o futuro da sua cidade, vêm por esta forma convidar todas as pessoas e instituições a participar e desenvolver reflexões e iniciativas que contribuam para o estabelecimento de uma “política de animação e qualificação do espaço público”. Apresentam, por isso, dez princípios de intervenção:

1. Trazer as pessoas para a rua. Fomentar uma utilização regular dos espaços públicos pelos aveirenses, dando-lhes a conhecer a sua cidade e promovendo a sua participação activa nas actividades de animação do espaço público.

2. Promover a apropriação do espaço público. Promover um sentimento de identificação com a cidade e de pertença a uma comunidade alargada, através do fomento da utilização dos espaços pela população e instituições sociais e culturais.

3. Incrementar a interacção social. Criar as condições para que os espaços públicos se assumam como espaços de comunicação, convívio e troca de experiências entre pessoas de diversos contextos socioeconómicos, culturais e, também, geracionais.

4. Assegurar a diversidade de actividades artísticas e culturais no espaço público. Promover actividades dirigidas para diferentes públicos e áreas de interesse, contribuindo para o prazer de todos os que nelas participam e demais utentes, garantindo a manutenção de funções quotidianas dos espaços e a diversidade de utilizações e utilizadores.

5. Criar momentos de experimentação. Promover actividades que propiciem a experimentação de novas formas de utilização e apropriação dos espaços públicos a partir dos recursos existentes.

6. Valorizar a memória da cidade. Divulgar a(s) História(s) da cidade e da região, promovendo actividades de recuperação de espólios, de organização de arquivos, de investigação científica e de criação artística potenciando a sua valorização em actividades de animação do espaço público, contribuindo para a consolidação de uma memória e identidade colectivas.

7. Incutir um sentido de responsabilidade social na animação do espaço público. Veicular que os espaços públicos são uma responsabilidade de todos e que, no caso da sua animação, os agentes culturais devem entender a sua participação também como uma actividade de responsabilidade social.

8. Aproveitar o espaço público como veículo de divulgação e promoção da actividade artística, cultural e de divulgação científica. Utilizar o espaço público para divulgar a qualidade e diversidade de recursos artísticos, culturais e científicos da cidade, tirando partido das novas tecnologias.

9. Garantir um espaço público inclusivo e com adequado equipamento urbano. Assegurar a existência e utilização adequada de recursos para criar e manter espaços públicos inclusivos, sem restrições de acesso a todos os cidadãos, confortáveis, limpos e com as infra-estruturas adequadas (tecnologias, mobiliário urbano, pavimentos) que privilegiem a sua utilização pelos cidadãos.

10. Assegurar a ligação dos espaços públicos ‘em rede’. Assegurar a continuidade, conectividade e complementaridade dos espaços, em termos do seu desenho e dos usos e actividades que albergam.


AMIGOS D’AVENIDA, AVEIRO
http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/


Subscreva o Manifesto enviando um
email para:
amigosdavenida@gmail.com os seguintes dados: nome, profissão, localidade e email (facultativo)


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Actual lista de subscritores do MANIFESTO


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contributo #1 - A Avenida e a área pertinente de estudo
contributo #2 - Problemas e potencialidades da Avenida

mais informação no blogue Amigos da Avenida

19.6.09

Carlos Candal (1938-2009)


Morreu Carlos Candal. Nas eleições legislativas de 1995, foi cabeça de lista do PS por Aveiro. Foi por essa altura que escreveu o célebre «Breve Manifesto Anti-Portas em Português Suave» onde se assume como «Republicano convicto, socialista humanista e democrata sem transigências». O Manifesto provocou enorme celeuma. Fundamenta as carreiras políticas em Portugal na «solidariedade corporativa» entre membros da Maçonaria, confrades da Opus Dei, agentes dos grupos económicos e «parceiros da comunidade gay». O estilo tem um quê de I República. É um texto digno das Farpas. Intolerante para alguns, simplesmente frontal para outros, a verdade é que essa peça política nunca mais foi esquecida. Lembro-me de pensar, quando vim viver para Aveiro, que esta era a terra de Carlos Candal. Acabei por me cruzar com a figura várias vezes. Mais do que arrogância, emanava carisma na política. Mas pareceu-me ser um homem afectuoso em termos pessoais. O seu desaparecimento deixou consternados os aveirenses de todos os quadrantes políticos.

Foi um dos fundadores do Partido Socialista. Foi um dos organizadores dos últimos
congressos da Oposição Democrática. Deixo aqui, vindo do passado, um documento que já vive no futuro do futuro.


BREVE MANIFESTO ANTI-PORTAS EM PORTUGUÊS SUAVE
«Real Senhor ía passando… Encostado à bananeira, diz o preto para preta: está bonita a brincadeira.”

1.- Estava eu ‘posto em sossego’ – aprestando o barquito da família para umas passeatas na Ria -, quando soube que vinham albergar em Aveiro nada menos que 2-intelectuais-2 de Lisboa, apostados em trocar a missanga de meia-dúzia de refervidas ideias por um açafate cheio do marfim eleitoral deste Distrito.
De pronto apostado em estragar-lhes o negócio, ainda ponderei então a conveniência de dar um salto algarvio à Praia dos Tomates – para um tonificante estágio ‘à la minuta’, junto da elite bem-pensante e vegetariana da Capital em férias.
Todavia, depressa desisti desse passeio para o sul – confiado em que a singela funda-de-David, que sempre me acompanha, bastaria para atingir e abater essas aves de arribação.
Não é que não goste de pássaros. Gosto. Mas detesto os cucos políticos – que usurpam e se instalam com à-vontade nos ninhos feitos por outros companheiros (ía a escrever ‘camaradas’ – expressão regional caída em desuso, mas recuperável).

2.- Deixando os eufemismos, a verdade é que venho lutando desde há muitos anos (frustradamente embora) contra o latrocínio institucional de que a região de Aveiro vem sendo vítima: designadamente, tiraram-nos o Centro Tecnológico da Cerâmica; o Centro de Desportos Náuticos foi também para Coimbra; o discreto porto da Figueira da Foz vem sendo privilegiado em relação ao porto-de-mar de Aveiro; a nossa Universidade só começou a receber dotações decentes depois de saturada a Universidade do Minho; as questões da bacia do Vouga são tratadas na Hidráulica do Mondego; a Direcção dos Serviços da Segurança Social de Aveiro foi transferida para Coimbra; os nossos Serviços de Saúde foram degradados para ’sub-regionais’; a Agricultura do Distrito passou a ser dirigida pela Lusa Atenas e por Braga (!); e a supervisão da Educação na região foi repartida entre o Porto e a dita Coimbra.

3.- Só nos faltava agora mais essa: sermos doravante representados no Parlamento por dois intelectuais da Capital!
Era o cúmulo passarem os Deputados por Aveiro a ser gente de fora – ‘estrangeiros’ para aqui impontados por Lisboa, como ‘comissários políticos para zona subdesenvolvida’ ou ‘tutores de indígenas carecidos de enquadramento’.
Tinha que reagir – e reagi !

4.- Na verdade, o Distrito de Aveiro sempre foi terra de franco acolhimento para quem vem de fora – para aqui trabalhar e viver, valorizando a região (que se torna também sua). Aliás, é esse um dos segredos do nosso crescimento e desenvolvimento. É esta uma das características da nossa identidade: somos gente aberta e hospitaleira, tolerante e liberal, civilizada, moderna, culta e progressiva; todavia – até por isso – nunca tolerámos que nos impontassem mentores!

5.- Disposto a barrar a promoção (à nossa custa) a tais intrusos, procurei apurar quem realmente sejam.

6.- Quanto ao Dr. Pacheco Pereira, foi-me fácil saber que, antes e depois do ‘25 de Abril’, foi comunista radical – daqueles que (aos gritos de “nem mais um soldado para as colónias”) impediram designadamente que Portugal pudesse ter evitado a guerra civil em Timor (e a subsequente invasão indonésia – com os dramas e horrores tão sobejamente conhecidos).
Com sólida formação marxista-leninista, o Dr. Pacheco Pereira tem vários livros publicados sobre o movimento operário e os conflitos sociais em Portugal no início do século.
Constou-me ter agora no prelo um longo escrito sobre as motivações íntimas que o terão levado a renegar o comunismo – opção ideológica que (a manter-se) não lhe teria permitido ‘fazer carreira’ no PSD, como é evidente…
Todavia, segundo notícias de certo semanário, o Dr. Pacheco Pereira recusa o jogo de equipa que a social-democracia pressupõe: ditadorzinho, não quer na campanha eleitoral em curso a companhia do Dr. Gilberto Madail – que limita às vulgares tarefas de motorista: guiá-lo pelo Distrito (que mal conhece). Realmente, o Dr. Pacheco Pereira ainda carece de alguma reciclagem democrática…

7.- Quanto ao Dr. Portas, esfalfei-me a correr bibliotecas e alfarrabistas – à procura dos livros que tivesse dado à luz, donde pudesse inferir qual seja afinal a corrente de pensamento que o norteia. Baldadamente. De facto, o Dr. Paulo Portas apenas publicou um ‘folheto de cordel’ (que me custou 750$00) sobre os malefícios da integração do nosso país na Comunidade Europeia – opúsculo sem qualquer novidade em relação aos numerosos bilhetes-postais que vem subscrevendo no seu jornal (sem erros ortográficos, mas com pouco fôlego – valha a verdade).
Digamos que tais escritos estão para o ‘ensaio’ como as quadras populares para o ‘poema’ – na forma e no conteúdo.
Trata-se de breves crónicas fúteis (embora não tanto como as do MEC, que aliás lhe leva a palma no sentido de humor e imaginação). Espremidas – pingam apenas cinco ou seis ideias, que não chegam sequer para conformar o anarco-conservadorismo (?) que se arroga ser a sua actual matriz ideológica.

8.- Certo é porém ter sido com essas ‘quadras soltas’ que o Dr. Portas concorreu aos jogos florais da política recente – ganhando (por ‘menção honrosa’) a viagem turística ao círculo eleitoral de Aveiro, que o Partido Popular oferecia como prémio para o melhor trabalho apresentado por amadores sobre o tema do ‘antieuropeísmo primário’.
Tenho-me esforçado por lhe estragar tal passeio – com algum êxito.

9.- Julgavam o Dr. Portas e o enfadado Pacheco Pereira (outro excurcionista) que as respectivas candidaturas a deputado por Aveiro eram ‘favas contadas’. Não nos conhecendo, supunham que os aveirenses (’provincianos’ como nos chamam) ficaríamos enlevados e até agradecidos pela sorte (grande) de passarmos a ser representados no Parlamento por ‘lisboetas de tão alto gabarito’ (a expressão não é minha, evidentemente).
Terão assim ficado surpreendidos pelo ‘impedimento’ que – logo após a 1ª anunciação – eu próprio (parente muito chegado da noiva) entendi opôr firmemente ao casamento-de-conveniência que pretendiam contraír com a minha querida região de Aveiro (num escandaloso golpe-de-baú eleitoral – para usar linguagem de telenovela).
Como consequência imediata, eles – que tencionavam ‘casar por procuração’ (que é como quem diz sem-sequer-cá-pôr-os-pés) – tiveram que se dar ao incómodo inesperado de interromper as regaladas férias que gozavam e vir mesmo mostrar-nos os seus dotes.
Estraguei-lhes o arranjinho!

10.- O primeiro a comparecer foi o Dr. Portas.
Chegou de fato novo e ideias velhas.
E instalou-se num hotel da região – escolhido pela mãezinha (no Guia Michelin).
Desde então, quase não tem feito outra coisa senão passar a ‘cassete’ – que gravou contra a participação de Portugal na Comunidade Europeia.
Tão desenvolto como qualquer vendedor de banha-da-cobra, impinge a quem se acerca as suas críticas à integração (aliás com a mesma monotonia com que o Marco Paulo repete ter dois amores).
E confunde deliberadamente os erros crassos cometidos pelo cavaquismo (nas negociações internacionais e no desenvolvimento interno das políticas sectoriais da integração) com a própria integração – o que constitui uma desonestidade intelectual inaceitável.
Pior é quando reclama que seja submetida a referendo a nossa entrada na União Europeia – depois de já termos entrado (e… recebido os milhões e milhões que essa opção facultou aos incompetentes governos do PSD) ! Aliás, o Portas não explica sequer que mirífica alternativa à comparticipação na CE teríamos podido escolher.

11.- Confrontado com questões políticas mais comezinhas (como a regionalização e o tratamento dos resíduos tóxicos), não tem opinião própria ou não sabe para que lado lhe convém cair – e refugia-se então na evasiva: reclama um plebiscito ‘adequado’.

12.- Fundamentalista e vaidoso, o Dr. Portas parece estar convencido de que não existe mais nenhum português inteligente e verdadeiramente patriota – além dele e do Dr. Manuel Monteiro.
Aliás, o Portas tem o nosso povo em fraquíssima conta…
Não obstante, messias da restauração, reclama ‘missionários’ (sic) para o seu ridículo sebastianismo – sem revelar de que Alcácer Quibir pretende afinal a reconquista.

13.- Inseguro, o jovem Portas sublima os seus problemas existenciais numa catarse de legitimidade duvidosa: exacerba as opiniões políticas que defende a um grau de intolerância que excede manifestamente o radicalismo aceitável de quem se move apenas por convicções arreigadas – tornando-se injusto, maledicente e agressivo.
Aliás, o frenesim que reveste a sua militância é bem um indício dessa terapêutica (praticada que foi, também, por ‘chefes’ cujos nomes a História registou – mal comparando…).

14.- Políticamente, o Portas é um ‘bluff’ – produto acabado de certos meios intelectualóides da Capital, que funcionam em circuito fechado: por convites mútuos, elogios recíprocos e esquemas de sobrevivência imediata.
Entre muitos outros, fazem parte de tal ‘entourage’ o avinagrado Vasco Pulido Valente (’avinagrado’ de vinagre – entenda-se) e sua piedosa esposa, D. Constança Cunha e Sá – ambos comungando os chorudos ordenados que “O Independente” (assim chamado) do Dr. Portas lhes paga, pelas crónicas de mal-dizer que semanalmente ali escrevinham, no cómodo formato A4.
Também o inefável Miguel Esteves Cardoso colabora no endeusamento do Portas, rebuscando a favor do patrão os trocadilhos que lhe deram notoriedade há mais de 20 anos – aquando era uma espécie de menino-prodígio da escrita fútil.
Pena que tenha deixado de ser prodígio e se mantenha menino; pena que desperdice agora o seu inegável talento juvenil a produzir romances pornográficos – ainda que muito apreciados pelas pegas e pederastas do Intendente e pelo crítico Henrique Monteiro, que os reputa (o termo é adequado) como peças exemplares da literatura moderna.

15.- O Portas é elitista. Mas simula demagogicamente interessar-se pelos problemas daqueles a quem, no seu milieu, é uso chamar ‘as classes baixas’ – como aconteceu recentemente na Bairrada, quando fingiu participar na vindima que gente simples e autêntica da terra levava a cabo (por castigo andando agora, há já várias noites, a pôr ‘creme nívea’ na sua mãozinha mimosa, nunca antes maltratada por qualquer alfaia agrícola).

16.- O Portas é dissimulado: esconde da opinião pública parte da sua verdadeira identidade.
Concretamente, oculta que é monárquico – opção que, sendo embora legítima, tinha obrigação de revelar àqueles a quem pede o voto para deputado da República !
É a tal ‘falta de transparência política’ que critica – nos outros, claro…

17.- O Portas é um democrata precário: por falta de formação ou informação, por carência de convicções ou por incoerência, rejeita a aplicabilidade universal da regra ‘”um homem-um voto” – verdadeiro axioma da Democracia essencial.
Assim sendo, não me admiraria nada que o Dr. Portas resvalasse a curto prazo para a defesa de soluções autoritárias para a governação dos portugueses, que (no seu entender) revelam “uma estranha tendência para o precipício”.

18.- Eleitoralmente, o Portas é desleal: vicia as regras do jogo. Na verdade, tendo-se feito substituir formalmente na direcção d’ “O Independente” (assim chamado), usa agora tal semanário como jornal-de-campanha privativo, aí publicitando escandalosamente os seus palpites e auto-elogios e atacando e denegrindo os adversários – com a cumplicidade na batota do respectivo ‘conselho editoral’ !
Porque não sou ‘queixinhas’, não vou lamentar-me nem reclamar contra tão anómalo procedimento – junto da comissão-de-ética do Sindicato dos Jornalistas, junto da Alta Autoridade para a Comunicação Social ou mesmo junto da Comissão Nacional de Eleições.
Não vou sequer queixar-me à mãezinha do Dr. Paulo Portas. Tão-pouco protestarei junto do Dr. Nobre Guedes – tido por ‘dono do jornal’ -, até porque sei que anda absorvidíssimo por visitas diárias a feiras e mercados e pelas demais tarefas da sua própria ‘candidatura a sanguessuga’ (também pelo PP), sem que lhe reste tempo para se preocupar com subtilezas e ninharias éticas.
Aliás, provavelmente não será especialista em ‘deontologia profissional do jornalismo’.
Assim sendo, remeto a apreciação da chocante conduta do Dr. Portas e d’ “O Independente” para a opinião pública e para os jornalistas Daniel Reis, Cáceres Monteiro, César Principe e José Carlos de Vasconcelos – tidos por profissionais honestos, competentes e livres (aliás como muitos outros). Concretamente, permito-me perguntar-lhes se acham que o comportamento daquele semanário e do Dr. Portas (que usa fazer a apologia dos valores morais sociais) seja éticamente aceitável.

19.- De facto, não é fácil ser-se coerente e sério em política !

20.- Particularmente difícil é porém ‘fazer carreira política’ em Portugal – sobretudo quando não se dispõe do apoio de qualquer dos ‘lobbies’ que condicionam quase toda a nossa actual vida pública. Estou a referir-me à ’solidariedade corporativa’ na promoção individual de que beneficiam os membros da Maçonaria, os confrades da Opus Dei, os agentes dos grupos económicos e – mais recentemente – os parceiros da comunidade ‘gay’. Trata-se de organizações ou agregados que mantêm intervenção (directa ou indirecta) praticamente em todas as estruturas da nossa vida colectiva – também nos partidos políticos e na comunicação social.
Agindo concertada ou avulsamente,os membros de tais ‘lobbies’ têm grande influência sobre muitas tomadas de posição de quem-de-direito e sobre a formação da opinião pública.
Podem designadamente ajudar ao aparecimento de pretensos génios artísticos, ‘heróis sociais’ ou ídolos-de-pés-de-barro (como são muitos dos políticos de sucesso).

21.- Por definição, as interferências do género são discretas ou mesmo subliminares – e passam geralmente desapercebidas aos cidadãos influenciáveis.
Na verdade, quem é que, de manhã, ao acompanhar a torrada e o galão do dejejum com a leitura do ‘Público’, pondera que esse jornal tem dono – e que o editorialista Vicente Jorge Silva é capataz dos respectivos interesses (mesmo quando – agora instalado – escreve considerações que fazem lembrar os tempos remotos e diferentes em que foi considerado pelos situacionistas de então como um jovem rasca da ‘geração de 60′) ?
E quem perceberá que está a ser condicionado na formação da sua opinião, quando escuta na rádio uma análise ou critica – injustamente lisonjeira – da acção de um diplomata, do trabalho de um artista ou da capacidade de um político homossexual proferida por outro homossexual, se não souber que tal apreciação reporta afinal a solidariedade de pessoas da mesma minoria ?

22.- A acção de todos ou alguns desses ‘lobbies’ perpassa de facto os principais partidos – transversalmente.
E, por vezes, é no espírito-de-corpo ou jogo de conveniências dos respectivos protagonistas que se encontra explicação para surpreendentes convívios gastronómicos no ‘Gambrinus’ ou na província e para inesperados apoios ou solidariedades espúrias ocasionalmente detectáveis nos mais variados campos da nossa vida colectiva.

23.- Republicano convicto, socialista humanista e democrata sem transigências, tenho feito o meu discreto percurso de político-não-profissional apenas com a ajuda dos activistas locais do PS e o firme apoio da gente bairrista da região de Aveiro – sem compromissos em relação a qualquer daquelas estruturas ou ‘forças de pressão’. Livre e independente como sempre, enfrento a presente conjuntura eleitoral com justificada confiança.
Estrêla de 3ª grandeza nos céus confinados do meu Distrito, nada me ofusca o brilho fugaz do citado Dr. Portas – cometa ocasional, que desaparecerá deste firmamento tão depressa como apareceu (e… sem deixar rasto).
Tão-pouco me perturba a dimensão aparente do Dr. Pacheco Pereira – lua nova doutras galáxias, que (perdido o fulgor militante que o marxismo-leninismo lhe emprestava) agora só é visível quando reflecte a claridade frouxa dessa extensa nebulosa que se chama PSD.

24.- Na minha terra, sou mais forte do que eles !

25.- Na noite do próximo dia 1 de Outubro, espero poder pendurar no meu cinto de caça política as tais duas aves de arribação – espécies exóticas lisboetas pouco apreciadas na região cinegética de Aveiro: um garnisé-cantante e um pavão-de-monco-caído.
Esses troféus servirão de espantalho a futuras transmigrações para esta ‘zona demarcada entre o Douro e o Buçaco’!»

Carlos Candal

16.6.09

Casa do Avô de Eça de Queiroz em Verdemilho

Curiosamente, a citação com que Marques Gomes inicia a obra Aveiro Berço da Liberdade - O Coronel Jeronymo de Moraes Sarmento, é também escolhida por Joaquim de Mello Freitas no seu texto «Casa do Avô de Eça de queiroz em Verdemilho» (incluido em Eça de Queiroz, Dicionário de Milagres e outros escritos dispersos, Lello & Irmão - Editores Porto, edição de 1980 conforme a edição de 1900):

Entretanto foi na cidade de Aveiro que se ouviu o primeiro grito da restauração da Pátria.
Soriano, Vida de Sá da Bandeira, t. I, pág. 141


Ao que segue o seguinte (primeiro) parágrafo:

"As ruínas que hoje aparecem em estampa são destroços de grande prédio construído no lugar de Verdemilho, à volta de 1835, pelo desembargador Joaquim José de Queiroz, avô paterno do romancista."


Continua

14.6.09

Aveiro Berço da Liberdade #2

in Marques Gomes, Aveiro Berço da Liberdade, pp. 15-16

(...)

II


ENTHUSIASMO, por assim dizer una-
nime que produzira o systema consti-
tucional, inaugurado pela revolução de
24 d'agosto, foi arrefecendo pouco a pouco e o
numero de descontentes augmentando de dia
para dia.

Afim de manter aquelle enthusiasmo, e de
inutilisar qualquer esforço que partisse destes
para restaurar o absolutismo, estabeleceram-se
em alguns pontos do paiz differentes sociedades
politicas, mais ou menos secretas. Foi enorme
o incremento que tomou então em Portugal a
maçonaria. Aveiro teve também a sua loja ma-
çónica, que foi a da quinta dos Santos Martyres.
Tem sido ignorada pelos escriptores que até
hoje se teem occupado da historia da maçonaria
em Portugal, a existência d'esta loja, de que a
tradicção constante em Aveiro é testemunho.
Durante muito tempo, e isto succedia ainda ha
quarenta ou cincoenta annos, a casa da quinta
dos Santos Martyres era olhada pelo povo com
horror: ah, dizia-se, os pedreiros hvres deram
tiros na imagem de Nosso Senhor Jesus Christo,
e praticaram outras idênticas atrocidades. Apon-
tavam-se a medo os nomes dos associados, mas
occultava-se quasi sempre o enormíssimo serviço
prestado por esses maus homens á causa da li-
berdade nas suas reuniões. De nada se tratou
de contrario á religião, pois quasi todos, senão
todos, eram fervorosos catholicos, e d'isto da-
vam publico testemunho, como nol-o asseveram
pessoas dignas de todo o credito, ainda feliz-
mente vivas, como são os srs. conselheiro José
Ferreira da Cunha e Sousa e José Maria Ri-
beiro.

Seria hoje inteiramente impossivel organisar
a lista dos membros da loja dos Santos Marti-
res, se não fosse a devassa a que, em virtude do
decreto de 20 de junho de 1823, se procedeu
n'esta comarca e de que nos ofíereceu uma co-
pia authentica o distincto publicista sr. dr. José
Francisco Lourenço d'Almeida e Medeiros, que a
encontrou, entre os papeis de seu pae, o desem-
bargador Francisco Lourenço d'Almeida, liberal
decidido, que fora quem mais concorrera para a
organisação da mesma loja. Por este documento
e por outras informações que pude colher ha
annos, vê-se que fizeram parte d'ella: Francisco
Lourenço d'Almeida, desembargador da relação
da Bahia e natural de Fermelã, concelho de Es-
tarreja ; Filippe António Monteiro, Bazilio de
Oliveira Camossa, sargento-mòr de ordenanças
e cavalleiro de Malta (o irmão terrível); António
Cardoso de Barros Loureiro Sequeira e Qua-
dros, de Couto de Esteves; João dos Santos Re-
zende, negociante (o irmão aridador) ; Caetano
Xavier Pereira Brandão, ex-juiz de fora da co-
marca (o interrogador); Carlos Cardoso Moniz,
provedor da comarca; José Joaquim Homem, juiz
de fora d'Eixo; António José de Castro, juiz de
fora de Recardães ; António Xavier Cerveira e
Sousa, juiz de fora de S. Lourenço do Bairro;
António Joaquim Santiago, ex-juiz de Oliveira
do Bairro; dr. Manuel da Rocha Couto, lente de
cânones e natural d'ílhavo, deputado na primeira
legislatura que se seguiu ao congresso consti-
tuinte; dr. João Agostinho Martins da Silva, de
Sever do Vouga; dr. Joaquim José de Queiroz,
desembargador da Relação da Bahia (irmão rosa
cruz); António José dos Santos, ajudante do ba-
talhão de caçadores lo; Telles, tenente de caça-
dores lo; Luiz Gomes de Carvalho, tenente-coro-
nel de engenharia e encarregado das obras da
barra (o cavalleiro da vingança); Carlos Cardoso,
provedor da comarca (o cavalleiro do punhal);
António de Azevedo e Cunha, tenente-coronel de
caçadores lo (o irmão venerável) ; António Cle-
mente Cardoso, José Maria da Fonseca Moniz,
tenente de caçadores lo e mais tarde general e ba-
rão de Palme; Castro, tenente de caçadores lo:
dr. Joaquim de Chuqre Albuquerque, de Sever do
Vouga; dr. João Nepumoceno da Silva Figuei-
redo, monteiro-mór de Ovar; António Carlos de
Mello, bacharel em medicina; dr. Luiz Cypriano
Coelho de Magalhães, pae de José Estevão; Eva-
risto Luiz de Moraes, escrivão do geral: dr. Agos-
tinho Pacheco Telles, da Aguieira, depois sub-
prefeito do districto de Aveiro e senador na le-
gislatura em 1839 a 1841; Filippe António .Mon-
teiro Baeta, alferes de caçadores 10, e dr. João
Gonçalves .Aleirelles Monteiro.

Victoriosa a revolução que proclamou o resta-
belecimento dos inauferíveis direitos de D. João vi,
foi em 8 de junho de 1823, por ordem do go-
vernador militar interino d'esta cidade, barão
de Villa Pouca, passada minuciosa busca á casa
e quinta dos Santos Martyres.


Continua

13.6.09

Aveiro Berço da Liberdade

Descobri uma jóia no ano em que se comemoram os 250 anos de elevação de Aveiro a cidade! E este é um daqueles tesouros que se quer partilhar...



Aveiro Berço da Liberdade - O Coronel Jeronymo de Moraes Sarmento,
por João Augusto Marques Gomes, Porto, Imprensa Portuguesa, 1900
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Aveiro foi a primeira cidade onde appareceu de facto o primeiro grito de guerra contra as pretensões de D. Miguel, levantado na manhã do dia 16 de maio pelo ba-
talhão de caçadores 10 e por vários cidadãos com elle associados.


Soriano — Historia do cerco do Porto.
Lisboa, 1S46. Tomo i, pag. 240.


ENTHUSIASMO pela liberdade, em
Aveiro, vem de longe, data de 1820.
Os trabalhos do synhédrio portuense
tinham ramificações n'esta cidade. Uma parte da
officialidade de caçadores 10, o tenente-coronel
de engenheria Luiz Gomes de Carvalho, e o
desembargador Fernando Alfonso Geraldes, que
ambos então aqui residiam; o juiz de fora José
de Vasconcellos Teixeira Lebre, alguns vereado-
res e outras pessoas mais, estavam no segredo
da revolução; e, se não se secundou logo o mo-
vimento de 24 d'agosto, foi isso devido unica-
mente á intransigência do commandante d'aquel-
le batalhão, um official inglez, aliás muito dis-
tincto e disciplinador, o major Linstow.

No dia 26 chegou a Aveiro, vindo de Lisboa,
o marechal de campo Manuel Pamplona Carneiro
Rangel, que, pela regência, havia sido encarrega-
do do commando militar do Porto e que para ali
se dirigia. Novo embaraço para a revolução que
se preparava. Pamplona, informado dos succes-
sos do Porto, e vendo que não podia confiar em
que Aveiro se conservasse fiel ao governo de Lis-
boa, attenta a exaltação de espirito que se prin-
cipiava a notar em muitos dos seus habitantes,
retrocedeu para Coimbra no dia 29, levando com-
sigo caçadores 10. N'esta cidade ficou apenas
uma parte do regimento de miilicias e uma com-
panhia de veteranos. Ao tempo já o juiz de fora
Teixeira Lebre, havia sido informado do Porto,
por Luiz Gomes de Carvalho, que se dirigia para
aqui com o batalhão de caçadores 11, o coro-
nel Bernardo de Castro Sepúlveda, afim de au-
xiliar o pronunciamento da cidade.

Logo que sahiu Pamplona para Coimbra,
aquelle magistrado assentou com a camará, de
que fazia parte como vereador Manuel Sebastião
de Moraes Sarmento (chefe da familia que de-
pois em Aveiro mais padeceu pela liberdade, e
pae de Jeronymo de Moraes Sarmento, cuja bio-
graphia é o assumpto principal d'este trabalho),
que a proclamação do novo governo se fizesse
na manhã do dia 30, e que ella coincidisse com
a chegada do coronel Sepúlveda.

Assim se fez. Pelas dez horas da manhã
d'aquelle dia — ao apparecer aquelle valente cau-
dilho da liberdade, vindo de Albergaria-a-Velha
e Angeja, onde acabava de levantar o grito da
revolta, ouviram-se enthusiasticos «vivas á santa
religião, a el-rei D. João vi, ás cortes e á consti-
tuição», dados pelo regimento de milicias de
Aveiro, e companhia de veteranos, e povo, que
estacionava em frente da casa da camará, onde,
ao tempo, se achavam já reunidos todos os ve-
readores, as auctoridades da comarca, e o clero,
nobreza e povo.

Pelo juiz de fora foi proposto, que esta cida-
de devia adherir ao movimento iniciado no Por-
to, reconhecendo a «Junta provisória do supre-
mo governo do reino» que ali se acabava de es-
tabelecer, o que foi approvado por- acclamação
no meio de calorosos vivas.

De tudo se lavrou auto no livro das verea-
ções que depois, por ordem da secretaria dos
negócios do reino de 21 de agosto de 1823, foi
aspado de sorte que se não lê. Contém o auto
approximadamente cento e vinte assignaturas,
entre as quaes se lêem, ainda que a custo, as
de Fernardo de Castro Sepúlveda (è a primei-
ra), José de Vasconcellos Teixeira Lebre, juiz de
fora; Manuel José de Freitas, João Nepumoceno
da Silva, António José de Freitas, Fernando
Affonso Geraldes, Luiz Gomes de Carvalho, An-
tónio José Gravito da Veiga e Lima, tenente-co-
ronel de milicias de Oliveira d'Azemeis ; João
Rangel de Quadros, Dionysio de Moura Couti-
nho, capitào-mór de Esgueira ; Miguel Rangel
de Quadros, capitão-mór de Aveiro; Francisco
Rodrigues de Figueiredo, capitão-mór de Eixo;
António Rangel de Quadros, Francisco António
de Castro, Joaquim António Rodrigues Galhar-
do, Alexandre Ferreira da Cunha, Gabriel Lo-
pes de Moraes Picado de Figueiredo Balacó,
Manuel José Alves Ribeiro, capitão de vetera-
nos; Francisco José d'0liveira, cirurgião-aju-
dante de caçadores 10; Joaquim António Plá-
cido, cidadão advogado; José Lucas de Sou-
sa da Silveira, José Pereira da Cunha, cidadão
medico do partido da camará; Bazilio d'0liveira
Camossa, sargento-mór; Lourenço Justiniano da
Costa, Manuel Rodrigues Tavares de Araújo
Taborda, António Dias Ladeira de Castro, Joa-
quim Leite de Faria, Bento José Mendes Gui-
marães, José António Rezende, Agostinho de
Sousa Lopes, Evaristo Luiz de Moraes, padre
José Bernardo Mascarenhas, João António Mo-
niz, alferes; Francisco Thomé Marques Gomes,
fr. Joaquim Xavier de Campos, fr. João Ribeiro
Guimarães.

Deprehende-se d'esta lista que esteve presente ao acto
tudo
que em Aveiro havia de mais distincto, e que, se
alguém faltou, foi involuntariamente, por que depois, successiva-
mente, vieram prestar juramento ás novas insti-
tuições os que então não tinham comparecido,
a principiar pelo bispo da diocese D. Manuel
Pacheco de Rezende.

O espirito da liberdade radicou-se bem de-
pressa no animo da maioria dos aveirenses, mas
isto não obstou a que o systema absolutista
contasse também aqui adeptos fervorosos.


Continua

3.6.09

Ontem voltei a atravessar a ponte ao fim da tarde #5

«A cidade das bicicletas»

Apareceram, a família deu uns passeios ("senhores" moliceiros, não é preciso tratar mal a concorrência, acelerando à passagem das bicicletas aquáticas!)... mas não voltei a vê-las. Terei passado por lá a más horas ou foram elas que em má hora se foram já?